Chip 100 vezes mais rápido que os atuais - IBM

A IBM anunciou, nesta terça-feira, a criação de um chip que opera cerca de 100 vezes mais rápido do que os atuais, desenvolvimento que pode abrir caminho para computadores e redes sem fio ultra-rápidos. Os transistores são as peças mais básicas dos processadores e são necessários em todo tipo de aparelho, de supercomputadores até tocadores digitais de música.

A IBM obteve a velocidade recorde construindo um chip de silício entremeado com um elemento químico exótico chamado germânio. "O que temos feito nos últimos anos é pressionar os limites absolutos da tecnologia do silício", disse Bernie Meyerson, que dirige a pesquisa de semicondutores na International Business Machines.

O transistor obteve velocidade de 500 gigahertz, mais de 100 vezes superior à dos mais velozes chips para computadores pessoais à venda hoje e cerca de 250 vezes maior do que a dos chips típicos de celulares, segundo Meyerson. A velocidade só foi atingida quando pesquisadores da IBM, trabalhando com colegas do Georgia Institute of Technology, resfriaram o transistor a uma temperatura próxima de zero absoluto, mas Meyerson disse que o dispositivo funcionava a 300 gigahertz mesmo em temperatura ambiente.

Clay Ryder, presidente do Sageza Group, uma empresa de pesquisa de mercado no setor de tecnologia, disse que o avanço deve resultar em processadores mais rápidos, mas que em operações cotidianas funcionarão em velocidades muito inferiores às demonstradas pela IBM. "É possível construir um carro de corrida que atinja velocidade de 390 quilômetros por hora, mas você o usaria para ir trabalhar? Não, mas aprenderia coisas que poderiam ser usadas nos carros de produção em massa", afirmou.

A maior parte das melhoras na velocidade de chips ao longo dos anos deriva da redução do tamanho dos transistores, mas a abordagem da IBM foi alterar o silício em nível atômico, o que significa que os transistores podem ser projetados a partir do zero tendo em vista aplicações muito específicas. Meyerson prevê que os avanços chegarão aos produtos reais em cerca de dois anos, provavelmente em chips usados para acionar redes sem fio supervelozes, capazes de transferir um filme com qualidade de DVD em apenas cinco segundos.

Reuters


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