"Eu sou preto!"

Meu avô era marrom, como o cara do vídeo, apesar de eu só ter a bela cor quando tomo sol, nunca havia notado nenhuma diferença entre mim, meu avô e minha avó branquinha.

Só aos dez anos de idade soube por meu pai, que morava na Bahia o que era Racismo: "...não gostar de gente preta..., meu filho!" Eu não entendi o que era "gente preta", até que ele dissesse-me que meu avô querido era preto! E continuei sem entender porque não deveria alguém gostar de "gente preta".

Quando fui visitar meu pai, na Bahia, descobri o que era racismo, por um preto que esperava de mim uma atitude racista, e em virtude disso tratou-me mal.

Pela parte da família de meu pai, meu bisavô era da Itália, Milão. E veio pra cá no final dos 1800´s porque era pobre. Certamente um descendente de alguém dos 75% da população romana, que era escrava, no antigo Império Romano.

Contudo, nunca vi meu avô preto ou meu avô italiano reclamar de ser tratado diferente, aqui no Agreste Pernambucano, por causa de suas origens ou querendo recompensa porque seus antepassados talvez tenham sido escravos.

Hoje, o Movimento Negro não luta por igualdade, mas por regalias. E perde aliados importantes como eu fui um dia. Eu não sou preto, nem branco, nem indígena. Sou brasileiro. E isso basta-me como identificação!




Comentários