brilho de uma mente sem lembranças
-Claro vó, pode me chamar de Tonho, não tem problema.
Tonho era o nome de um irmão da avó. Ela havia esquecido de pessoas que lhe eram caras.O neto ficou a chorar, estava com o cabelo molhado pela chuva que apanhava a pouco.
Ela pôs sua mão sobre a dele, em silêncio, um silêncio infantil e analfabeto de ambos. Perguntou por que ele estava chorando.
Ela pôs sua mão sobre a dele, em silêncio, um silêncio infantil e analfabeto de ambos. Perguntou por que ele estava chorando.
-É a agua da chuva, vó, não estou chorando...
Ela envolveu o braço dele com um pedaço do lençol que a cobria.
O silêncio continuou.
Entre as outras dores ele sentia também pelo drama da avó em querer acalentar alguém que sabia que amava, mas não sabia quem era, assim não sabia o que dizer-lhe.
Uma tristeza profunda o preenchia e ficava sem saber o que fazer para parar toda aquela situação que os envolvia.
Esse é um trecho de
um romance sobre Alzheimer
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