A janela de Overton
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------- Repostagem
O termo
"Janela de Overton" é uma homenagem a Joseph P. Overton, que criou um
modelo para demonstrar como um pequeno grupo de pensadores pode mudar
intencional e gradualmente a opinião pública. A Janela de Overton é o leque de
idéias "aceitáveis" na sociedade. Deixe-me explicar melhor. Casamento
gay, por exemplo. Se alinharmos as posições a respeito do tema, teremos algo
assim: proibido, proibido com ressalvas, neutro, permitido com ressalvas,
permitido livremente. Durante anos, a Janela de Overton esteve na área do
proibido, a sociedade não podia aceitar a ideia do casamento entre pessoas do mesmo
sexo. Com a constante exposição dos argumentos pró-gays na mídia, a janela foi
se deslocando para proibido com ressalvas, depois para neutro, até chegar onde
está hoje: permitido com ressalvas. Em breve será permitido livremente.
A questão das drogas. Logo teremos uma flexibilização das leis, conforme a opinião pública se tornar mais tolerante com a ideia da descriminalização.
É no deslocamento da Janela de Overton para posições que sejam de interesse de determinados grupos que está aplicado um esforço altamente profissional, que faz parte do que se convencionou chamar de engenharia social, o ato de influenciar uma pessoa para que ela execute ações que não sejam necessariamente de seu (dela) melhor interesse.
Para deslocar a janela de opinião da posição “proibido” para a “menos proibido”, “neutro” e “permitido”, é preciso desviar o foco do assunto principal para algum outro valor relacionado ao tema. Para isso aciona-se um batalhão de especialistas em opinião pública: técnicos, cientistas, assessores de imprensa, relações públicas, institutos de pesquisa, celebridades, professores, jornalistas, etc.
Exemplo: alguém (não tiro da cabeça que foi o Ministro do Marketing, João Santana), achou que realizar a Copa do Mundo e Olimpíadas em nosso país seria uma excelente jogada política. Imediatamente surgiu uma reação contra, daqueles que sabem que precisamos resolver problemas básicos de educação, saúde e infra-estrutura entes de investir bilhões na construção de estádios. O que fizeram os engenheiros sociais? Evitaram qualquer menção ao deslocamento do dinheiro de uma área prioritária para outra não prioritária e, usando a imprensa, desviaram a discussão para o orgulho do brasileiro, para a oportunidade de mostrar ao mundo como somos bons, deslocando a Janela de Overton do “contra a copa” para o “neutro ou a favor”. Transformaram os “do contra” em anti-brasileiros, pessimistas e mau agourentos. Anestesiaram a população, até ficar claro que as promessas não se realizariam, que o legado seria uma coleção de elefantes brancos e que os orçamentos originais explodiriam. Então a Janela de Overton retornou à posição original, contra a copa, e os indignados foram às ruas...
É assim com todos os grandes temas polêmicos, como desarmamento, aborto, aquecimento global... A engenharia social não é de esquerda, de direita ou de centro.
A questão das drogas. Logo teremos uma flexibilização das leis, conforme a opinião pública se tornar mais tolerante com a ideia da descriminalização.
É no deslocamento da Janela de Overton para posições que sejam de interesse de determinados grupos que está aplicado um esforço altamente profissional, que faz parte do que se convencionou chamar de engenharia social, o ato de influenciar uma pessoa para que ela execute ações que não sejam necessariamente de seu (dela) melhor interesse.
Para deslocar a janela de opinião da posição “proibido” para a “menos proibido”, “neutro” e “permitido”, é preciso desviar o foco do assunto principal para algum outro valor relacionado ao tema. Para isso aciona-se um batalhão de especialistas em opinião pública: técnicos, cientistas, assessores de imprensa, relações públicas, institutos de pesquisa, celebridades, professores, jornalistas, etc.
Exemplo: alguém (não tiro da cabeça que foi o Ministro do Marketing, João Santana), achou que realizar a Copa do Mundo e Olimpíadas em nosso país seria uma excelente jogada política. Imediatamente surgiu uma reação contra, daqueles que sabem que precisamos resolver problemas básicos de educação, saúde e infra-estrutura entes de investir bilhões na construção de estádios. O que fizeram os engenheiros sociais? Evitaram qualquer menção ao deslocamento do dinheiro de uma área prioritária para outra não prioritária e, usando a imprensa, desviaram a discussão para o orgulho do brasileiro, para a oportunidade de mostrar ao mundo como somos bons, deslocando a Janela de Overton do “contra a copa” para o “neutro ou a favor”. Transformaram os “do contra” em anti-brasileiros, pessimistas e mau agourentos. Anestesiaram a população, até ficar claro que as promessas não se realizariam, que o legado seria uma coleção de elefantes brancos e que os orçamentos originais explodiriam. Então a Janela de Overton retornou à posição original, contra a copa, e os indignados foram às ruas...
É assim com todos os grandes temas polêmicos, como desarmamento, aborto, aquecimento global... A engenharia social não é de esquerda, de direita ou de centro.
É de todos.
Pisque o olho e você é manipulado.
Lancei um podcast sobre esse tema, que você pode ouvir em http://goo.gl/sx2GS5. A saída? Não sei se tem alguma, mas acho que dá pra ficar esperto: verifique sempre se o objeto do debate é o mérito da questão ou algum tema associado, paralelo, um desvio.
Se você
perceber que é o desvio, atenção: você acaba de descobrir mais uma operação de
um grupo interessado em mover a Janela de Overton.
É impossível escapar deles. Mas ao menos você será um otário consciente.
É impossível escapar deles. Mas ao menos você será um otário consciente.
Luciano Pires
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