Eucaliptos da Ferreira Costa são Devastados

 
O discurso da Responsabilidade Socioambiental é usado à boca larga por muitas empresas, sem realmente tomar esse princípio politicamente correto, como premissa administrativa.

Não importa quão tradicional e antiga possa ser a empresa, o lucro e os ganhos acima de tudo é que são pensados primeiro e como mais importante.

Em Garanhuns nasceu a empresa Ferreira Costa, que se expandiu e multiplicou seus ativos para outros estados, e naturalmente também se gaba de ter consciência social, ambiental e de ser responsável por isso, ou seja:  responde pelos seus atos, quando os mesmos dizem respeito à influencia na comunidade do entorno e o ambiente.

A família Ferreira Costa e consequentemente a empresa de mesmo nome, entre tantas propriedades que tem, destaca uma no bairro de Heliópolis em Garanhuns - PE. A propriedade margeia uma das principais avenidas em Garanhuns (Av. Rui Barbosa) e toma um quarteirão inteiro.

Nessa propriedade existia uma pequena floresta de eucaliptos com mais de sessenta anos, durante o Festival de Inverno de Garanhuns acontecia o evento "Arte no Casarão" nesse sítio.

Pois bem, as gigantescas árvores foram arrancadas pela raiz. Era mais de 80 árvores com mais de trinta metros que influenciavam o microclima do entorno, os lençóis freáticos e a beleza paisagística da cidade, sem falar no delicioso aroma que exalavam as folhas quando o vento dava..., serviços ambientais inestimáveis para a cidade e avaliados pela nova economia em mais de seis milhões de dólares, certamente mais do que poderia ser ganho, vendendo a madeira.

Dizem que um laudo da secretaria do meio ambiente foi dado para justificar a derrubada das árvores, dizendo que estavam caindo e podia afetar as pessoas e estruturas municipais. Mas isso não é uma justificativa, pode ser no máximo uma mal dada explicação. Numa época onde se compra laudos ou consegue-se ancorar árvores para que não caiam, fica difícil dar crédito a certas avaliações. Ética é artigo de relicário.

O interessante é que também no Parque Euclides Dourado, na mesma época, algumas dezenas dessa espécie também foram extraídas. Sem nenhuma consulta a sociedade, atitude normal nos déspotas da administração. Não se sabe se amparadas na mesma pífia justificativa ou se no mesmo mesquinho objetivo.

O serviço ambiental ultrapassa a propriedade privada e nunca é computado  na contabilidade da empresa, quando tomada como prejuízo a ser restituído à sociedade.

Resta-nos a lembrança do belo arvoredo e a tristeza por estarmos sujeitos à esse tipo de arbitrariedade.

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