Ode a tuas coxas

Não existe as "muito feias", que o poeta pediu perdão
Olhar aglutinante ou perseverante é o que ele não tinha
Para perceber que todas são belas em si
Aí sim a beleza é fundamental, mas não falta em nenhuma.
Encontre o ângulo que te encanta,
todas vão ter um...

Eu adoro a visão oblíqua das coxas!
Bem de perto, aquelas pequenas protuberâncias da pele
São como flores silvestres, aquelas "sem vergonha" num vasto campo.
Sim poeta, aquelas fundamentalmente menos, sabem socializar mais
E como envolvem...!Em tudo isso.

E volto pras coxas.
Em certo momento parece que tudo as emolduram
Os joelhos completam
O Ipsilone do alto que centraliza a púbis que começa (ou termina)
nas coxas.

Brancas de neve, Alvas de nuvem, negras de noite, enferrujadas de dia
Cho.co.la.te em todo momento.
Coxas de chocolate, cor de chocolate, sabor de chocolate.
Adquira de vez em quando essa cor: neves, nuvens, noites enferrujadas.
Podem até não ser (chocolate), mas que se reflitam na penumbra
No meu olhar ajudado pela luz da vela.

Preciso absolutamente das absolutas coxas.
Que se abram, que se deixem acariciar pelas minha pálpebras, pelo ante-
braço, em pelo e pelo tentáculo.

Há alguma coisa além da carne, no aperto das minhas mãos,
a maciez que parece fluir entre os dedos, e a firmeza que não deixa
Não interessa... se me permite que eu as toque
Como se apertasse a tarde, abocanhasse a noite e sorvesse a aurora
Ah, deixai-me dizer-vos essas são as coxas...

Se até as freirinhas, as carolas, as tia zonas e as ninfas as jogam
no rosto desse Frei quase ex pecador...
façam-me pecador
Deixe as outras partes carnudas para já-já,
Dê-me tuas coxas.
Que seja bela, ou nem tão fundamentalmente.

Mas as colunas que conduzem para a entrada de teu templo
Farão congelar meu olhar nos primeiros minutos.
Anjo ou Caído, herege, profano, adultero, infrator
antes da entrada, prostro-me sobre tuas coxas.
Ou na sagrada elevação ou declive
União
Parte do corpo que não é mais coxa e,
Ainda não é bunda.
É coxa, pois até a bunda é coxa.

Façam, perversas, minha inocente maldade
aprisionem meu instinto, infantil, débil gênio, animal,
nas tuas coxas.
Frescas, úmidas, quentes, fortes de academia.
Persistam e transformem em migalhas as minhas coxas.
Em comida, o meu juízo
Em volúpia, a minha ética.

Esqueçam as extremidades, concentrem-se no terço, quase meio.
Coxas de costas, Sartórias em minhas taras.
Percorrerei as pontes até penetrar em suas portas
Dunas que atolo-me, movam-se, movedicem-me
Deliciosas coxas.

Góticas, barrocas, clássicas, modernas, coxas.
Iluminuras, iluminadas ou escuras, iluministas malhas que encobrem
Revelam, envelopam como velas lufadas de vento, velas brancas
Velas vermelhas, velas pretas. Negras.

E se forem lisas, deslizo
e se tiverem penugem, suavíssimas...
Sensíveis, aparecem sob as carícias, arrepios nas coxas

"Assim é forçar"...

Nem são membros, são hastes, arcos em que estico minha flecha,
Encero, hidrato, perfumo, fumo-as.
Coxas, as quero, as duas em uma ou em duas vezes
De quatro.

Quarenta e cinco centímetros de envergadura
Trinta polegadas de comprimento
Duas mãos de circunferência.
Tuas coxas, minhas coxas, nossas coxas.

Subo e fecho os olhos, caio do precipício de tuas coxas
Dentro de ti.
E vou agarrando-as, agarro para que demore mais
Pois não é o meio melhor que o final?
Pedaços pequenos do bolo que como você.
Poções pequenas do remédio.Até envenenar-me pela dose.
Morto ou desfalecido só quero pousar a cabeça sobre tuas coxas.

Miliano


Comentários

Unknown disse…
👏👏👏. Muito bom o texto.