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No "alfabeto" japonês, a palavra crise tem quase a mesma forma da palavra oportunidade, em alguns momentos tem exatamente a mesma. O que nos leva a perceber que numa crise existe uma oportunidade ou que a oportunidade pode gerar um conflito (crise) de uma escolha.

A crise mostra uma verdadeira face de alguém. Nesse momento que descobrimos um animal, um monstro, um monge ou um santo, entre outros, que salta do interior da "roupa social". 

Um general americano, conversou com um pajé e o perguntou sobre seu conflito numa crise. O pajé disse que dentro de cada um existe dois lobos lutando, são antagônicos. Nessa luta, ganha o que for melhor alimentado.

Partindo da premissa que construimos ou projetamos nas pessoas aquilo que queremos, e isso faria-nos não perceber-las como são, em sua plenitude. Uns percebem mais, outros menos. Talvez nesse caso não perceber seja bom para não haver uma decepção, no entanto perceber o fará preparado para "a besta" que guarda no sorriso dentes afiados que dilaceram a carne. A ignorância será uma dádiva?

Se alguns mais velhos falam que "vive-se uma vida e não se conhece uma pessoa", fica difícil  saber com quem se convive, e esperar o pior parece com uma solução, embora te faça mais frio. As sociedades mais antigas costumam ter pessoas mais frias. Será que os ingleses, chinese, franceses, etc.  São assim por isso? 

Sei que passar pela crise é necessário para conhecer a verdade, sobre os outros, sobre o mundo, sobre si. (yourself). Em Delfos o oráculo dizia a um certo rei que se ele se conhecesse, dominaria o mundo. O monge conhece muito de si, pela meditação, é um sábio por conseguinte, ao passo que, querer dominar é característica da Besta.





Na primeira crise em que percebi, a totalidade de meu ser interior, tatuei as garras de uma fera, rasgando a carne, de dentro pra fora. Isso faz-me lembrar que existe um eu que não aprovo, e procuro não alimentá-lo.

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