O palhaço - O filme

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Para assistir o filme escrito e dirigido por Selton Mello (não apenas ele), é preciso preparar-se para ver e ouvir o que normalmente não vemos nem ouvimos, principalmente num filme. Ficar atento aos detalhes é importante para entender o filme que se passa paralelo ao filme. Deus (ou o Diabo), está nos detalhes!

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O Palhaço, mostra em todo o transcurso, uma fotografia primorosa, apoiada num enquadramento que foge do comum, vi muita semelhança com os enquadramentos que gosta o cinema chinês, de fazer; e além, o cinema de arte também é lembrado. A trilha sonora bem escolhida com parte dela composta por Plínio Profeta casa perfeitamente com as cenas.

A produção de arte dá um espetáculo... com objetos que destacam-se ou concorrem com as personágens pela simbologia que têm. A começar pelo ventilador, peça do filme que recebe olhares quase sensuais, em alguns momentos como de uma apresentação na rua, onde a personagem de Selton o admira numa loja, ou na "lotação"quando um garotinho tem no colo um cachorro e Benjamin tem o ventilador; são objetos de desejo: o gato no porta-retratos do delegado, o acordeão do "Puro-Sangue", ou a cabra no quadro na casa do prefeito, aliás outros dois quadros, também de animais destancam-se ainda na casa do prefeito, ainda óculos, luminária, piscina... que são peças que descrevem nessa linguagem a natureza de personagens, e sugerem personagens que nem aparecem no filme. A semiótica explica a excelência maior desse filme.

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Na estória da vida normal de uma anormal vida na estrada, tem espaço para poesia na maioria das cenas, como uma esquina que se veste diferente das pessoas encostadas nela, vistas através da janela de um ônibus; a epifanía da personagem numa mesa de bar ao extrair de um momento chato, a visão do sentido de sua vida.

O filme nos dá ainda uma visão especial, diferente da que sempre tivemos, certamente tida anteriormente pelo diretor, como a atuação quase irreconhecível de Moacyr Franco, como o delegado, de Jorge Loredo, o Zé Bunitinho como o gerente da Loja de eletro onde trabalhou o Benjamin e ainda o reaparecimento de Ferrugem como escriturário que tira identidades, saudoso personagem da infância dos maiores de 35! Aliás a "identidade" é mais uma metáfora metalinguística utilizada pelo filme, 'o palhaço que busca a identiddade'.

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O filme é, como disse Selton: "...delicado e lírico como o mundo está precisando".

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